segunda-feira, 6 de maio de 2013

NO LIMITE



                                                
               NO LIMITE

          Não é novidade para ninguém que a educação está um caos. Nossas escolas estão carentes de recursos, de funcionários, de professores, de carinho, de atenção e de respeito. Os trabalhadores em educação estão desmotivados.  Diariamente somatizamos decepções.   Fomos colocados em uma condição de vulnerabilidade tão gigantesca que ficamos expostos a humilhações permanentes. O desânimo está tomando conta de nós. Estamos cansados de repetir sempre as mesmas falas e não encontrarmos eco. O descaso com que a educação está sendo tratada, a falta de comprometimento dos nossos governantes, o constante desafio de ensinar adolescentes sem limites, a necessidade de sabermos lidar com todas as mazelas sociais que de uma forma ou de outra acabam na escola está fazendo com que os professores adoeçam. E como se não bastasse, ainda somos responsabilizados pelo fracasso dos nossos alunos.   A falta de perspectiva caminha ao nosso lado; estamos asfixiados e respirando por aparelhos. E, ao contrário de muitas outras profissões, quando fazemos greves ou paralisações, temos que recuperar em algum momento as aulas não ministradas. A sociedade nos cobra, a família nos cobra, o aluno nos cobra. Sempre temos que trabalhar com recursos parcos.  Não podemos pedir a colaboração da família para a compra de material didático sob pena de sermos denunciados. Temos que ser professores, psicólogos, orientadores, pais, amigos, enfermeiros  Quando um aluno não consegue progredir nos estudos, nossa capacidade profissional é questionada. Apesar de todas essas questões, continuamos educadores e amamos o que fazemos. Nosso salário ridículo não nos impede de sermos competentes. O que precisamos agora é muito mais do que o piso nacional, é respeito e consideração que já estão virando peças perdidas de um quebra-cabeça. Os professores também estão pedindo socorro, pois ser desprestigiado, nem os próprios imbecis merecem.  



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