segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AS MULHERES E A JOANINHA

Não estou falando do inseto coleóptero da família Coccinellidae. Aqueles coloridos, de cabeça achatada, seis patas muito curtas e asas desenvolvidas. Não é dessa espécie que me refiro. Certamente se eu falar em joaninha para minha filha, ela vai lembrar-se desses insetos em forma de bolinha. A turminha que nasceu na década de 60 ou 70 conheceu outro tipo de joaninha. Especialmente as mulheres, por tratar-se de um objeto de uso eminentemente feminino. Também chamada de alfinete de segurança, a joaninha sempre foi muito útil para nós e muitas vezes nos tirou de situações bem comprometedoras. Era comum termos algumas delas na carteira. Sempre alguém poderia necessitar de um momento para o outro. Agora se faz necessário explicar para as novas gerações de que se trata a joaninha que não é um inseto. Pois bem, uma joaninha nada mais é do que um objeto formado por uma pequena haste de metal com uma extremidade aguçada e outra com cabeça para prender ou segurar panos. Eram indispensáveis na vida de toda mulher. Toda moça de família, quando ia a uma festa, levava junto algumas joaninhas para uma eventualidade. O seu êxito foi rápido uma vez que a joaninha tratou de encontrar soluções rápidas para velhos problemas de costuras. Com o tempo foi se transformando em adorno, ora douradas, ora cobertas com pedrarias que serviam de broches. As mil e uma utilidades da joaninha ainda está em vigor. Eu sou testemunha ocular disso. Havia muitos anos que eu não via um exemplar. Numa tarde dessas, ao chegar ao colégio, me dei por conta que minha blusa estava aberta. Um botão tinha desprendido e se extraviado pelo caminho. Levei um susto, afinal teria cinco aulas para dar e como aparecer frente aos alunos adolescentes com a blusa aberta? Não teria outra alternativa a não ser voltar para casa e encerrar o meu dia, se não fosse uma colega prevenida ao extremo, abrir sua bolsa e dizer: não te preocupes, vou resolver teu problema. Acreditem se quiserem, minha colega tirou uma joaninha da bolsa e substituiu o botão pelo artefato metálico, com tanta habilidade, que não me restou outra alternativa: fui para a sala de aula. No final da tarde, passei por uma loja de armarinhos e comprei uma dúzia de joaninhas de vários tamanhos. Vai dizer que Gisele Bundchen nunca precisou de uma? Estou revivendo um tempo que já vai longe e muito intrigada por não entender como consegui viver sem as joaninhas todo esse tempo!!!! Agosto/2014