segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

AS CINDERELAS DO SÉCULO XXI

Pesquisas recentes do IBGE indicam que o número de mulheres universitárias livres supera em 54% a quantidade de homens na mesma situação. Livres quer dizer sem namorado, marido, companheiro ou ficante.
Nossas meninas foram ensinadas a ser diferentes de suas mães. Oprimidas pela sua invisibilidade, pela não  participação nas rendas domésticas, pelas poucas conquistas  a não ser o título de Rainhas do Lar, almejaram para suas filhas um futuro diferente proporcionado por uma boa faculdade ou um concurso público que lhes desse uma vida confortável e independente. Nada de ficar cozinhando para seus maridos ou lavando suas cuecas. E as meninas foram a luta sem questionar. Estudaram, instruíram-se, assumiram postos importantes, brilharam no mundo dos negócios, na política, nas ciências e nas artes. Então surgiu o inevitável. A sensibilidade feminina  emergiu quando seus sentimentos ficaram ameaçados frente a dificuldade de encontrar namorados a sua altura. A cultura de  que as mulheres sempre procuram alguém que esteja acima delas nas questões financeiras e de escolaridade nunca foi tão verdadeira. Com isso parece estar havendo uma relação direta entre o diploma e o fracasso afetivo. E os homens, por sua vez, ficaram um tanto assustados, pois aos poucos foram perdendo o lugar de provedores e consequentemente de detentores do poder econômico na relação. 
A mesma pesquisa mostra que nos grupos menos instruídos apenas 10% das mulheres estão sozinhas. Será que os homens não assimilaram a ideia de que suas companheiras já podem decidir  passar suas férias em Bora Bora, Ilhas Canárias ou até mesmo aqui na Praia do Rosa? É muito difícil para eles aceitar sem discutir, a marca do carro que suas esposas decidiram usar? Não conheço mulher que queira retroceder no tempo e ser igual à mãe ou à avó. De qualquer forma, as nossas exuberantes meninas, apesar do salto intelectual, continuam com a mesma visão tradicional do casamento e querem um homem que possa sustentar uma família, pelo menos tanto quanto elas podem. Nossas cinderelas  estão a procura da felicidade e ainda esperam seus príncipes, talvez um pouco mais encantados.