domingo, 7 de abril de 2013

DESPERTANDO PARA A VIDA


            É sabido e inquestionável que a leitura nos coloca em sintonia com o mundo. E eu pertenço ao grupo dos que acreditam que o verdadeiro processo de aprendizagem se dá através da leitura. Por isso me empenho de todas as formas para que meus alunos leiam.  Que leiam todos os gêneros possíveis: contos, crônicas, histórias em quadrinhos, reportagens, charges, romances, enfim... O ler está vinculado ao processo de escrever e não se limita apenas ao texto informativo, mas também ao poético, este construído pelos que sabem fazer uso das sutilezas da língua. E ao contrário do que dizem os pessimistas de plantão, muitos adolescentes gostam de ler sim e essa prática acaba tornando-os culturalmente mais preparados. Percebe-se de imediato que alunos com livros em casa e que veem seus pais lerem com frequência, tendem a desenvolver a leitura com maior facilidade. É incumbência nossa,  principalmente dos professores  de língua portuguesa e literatura incentivar o grupo a fazer da  leitura um hábito e sentir o tamanho do prazer que ela pode proporcionar. Conforme o gosto vai se instalando eles poderão dar voos mais altos e partir para os clássicos da literatura mundial.
          Eu tenho feito a minha parte. Mais do que isso, minha obrigação. Através da indicação de livros apropriados à idade deles, as turmas têm lido sim e não existe nada mais sensacional do que ver a transformação de adolescentes que antes se sentiam desanimados e perdidos diante dos livros, descobrirem-se leitores apaixonados e autônomos. É muito bom saber que eles percebem que o texto tem uma voz que registra, ou reflete, ou denuncia, ou recria, ou analisa. É uma forma de desenvolver a criticidade neles.  Mais interessante ainda é ouvir das mães perguntas do tipo: que milagre foi esse,  professora? Como conseguiste fazer meu filho ler? Hoje fulaninho se tranca no quarto com seu livro e não deixa ninguém ligar a televisão para não atrapalhar sua leitura. Tem também aquelas mães que aproveitam a corona e leem junto com os filhos. Eu acho tudo isso magnífico. Poder contar com a ajuda dos pais no desenvolvimento cognitivo de seus filhos é um gesto de confiança que eles colocam em minhas mãos. Semana passada recebi  um e-mail da mãe de um ex- aluno que trocou de estado e segundo ela, a professora de português não está valorizando a leitura como prática de sala de aula.  Por isso ela me pediu uma lista com indicação de livros para a idade do menino. Fiz isso com o maior prazer e me senti orgulhosa por fazer parte dessa mudança, uma vez que o menino não gostava de ler anteriormente.
         De qualquer forma, quando indico um livro, alguns ainda fazem a tradicional perguntinha: quantas páginas tem, profe?  Então percebo e penso: ainda não foi dessa vez!!!!