Por um longo tempo eu escondi meus sentimentos. Enclausurados
com amarras muito resistentes eles permaneceram no quartinho dos fundos do meu
coração. Fiz isso, pois estava fragilizada e temia críticas ácidas, aquelas que
destroem a lucidez da gente. A insegurança reinava absoluta e o medo de sofrer
era tão intenso que muitos sentimentos foram soterrados. E com tamanha
intensidade que causaram um mal estar enorme tal como as grandes catástrofes
que arruínam cidades inteiras. Parece novela mexicana, mas foi real.
E os dias, as semanas e os meses foram
escoando com muita morosidade. É incrível, mas o tempo é um ser enigmático e se
encarregou de fazer uma faxina geral em mim. E é tão poderoso que é capaz de mudar o
tamanho das coisas.
Hoje eu acordei liberta. Eu me libertei na sexta-feira da paixão. Logo eu que insisto em acreditar que nada de grandioso se fará sem paixão. O sol que teimou em entrar pela minha janela deve ter contribuído para isso.
Hoje eu acordei liberta. Eu me libertei na sexta-feira da paixão. Logo eu que insisto em acreditar que nada de grandioso se fará sem paixão. O sol que teimou em entrar pela minha janela deve ter contribuído para isso.
Voltando aos sentimentos: eles se modificam
com o tempo e eles mudam as pessoas. E eu mudei. Somente agora percebi que fui
alforriada. Hoje eu abri a porta dos fundos da minha alma e dei passagem a tudo
que estava lá escondidinho. Fiquei surpresa ao perceber que o local estava
vazio. Meu querido Freud, tu és
realmente um gênio. É verdade que a palavra liberta o inconsciente e evita que
sentimentos reprimidos acabem em doenças. Era o que estava me faltando: falar.
Pronto, estou curada. Que ironia, me curei na sexta-feira da paixão.
Hoje é o dia em que o povo hebreu comemora sua
libertação e eu comemoro a condição de poder dispor de mim outra vez. De poder
me observar atentamente, aprender com meus erros e, como o sol e a lua,
renascer todos os dias. Despertar para
uma nova vida é necessário. Nietzsche tinha razão ao dizer que tudo pode não
ter sido mais que um engano fantástico. Errando muito, acertando às vezes e
eternamente fugindo do estigma de que o sofrimento é uma etapa para a
felicidade, estou pronta para o próximo possível engano. Tanto o meu passado
quanto o meu futuro são propriedades minhas. Eu decido doar quando e a quem merecer. De qualquer forma quero o tempo sempre na condição de meu grande aliado.
Amiga Ângela, adoro quando filosofas sôbre a vida...é isso aí, nos enganamos muito na vida, mas o bom é que percebemos esses enganos...em tempo.
ResponderExcluirCom paixão ou compaixão de nós mesmas,nossos baús nos mostram e nos traansformam.
Viva as mudanças !abçs
Profundo.
ResponderExcluir:o........
ResponderExcluirA voz da Sabedoria dos Anjos encarnada na minha madrinha... Sexta feira tb tive uma experiência de libertação, na companhia da minha linda prima. Na real tenho experimentado a ideia de que estigmas sociais e padrões implantados por entes queridos (doentes, mas queridos) um pouco a cada dia.
E cada vez percebo mais que não existem culpados pela restrição do nosso Eu verdadeiro, tampouco responsáveis, mas pessoas que querem partir junto conosco para essa nova era, e a forma dessas pedirem socorro é "incomodando" hehehe. Aproveito o espaço aqui pra dizer a todos que projetaram sua falta de fé na vida sobre mim (e leram essa mensagem :p ): bora, vamos nessa; É NÓIS. Onde falta fé, onde há a escuridão, brota a luz da esperança, sendo essa, nítida aos olhos dos nossos corações, não aos do ego.
Esse é meu afilhado...é um guri iluminado. Beijos Guilherme.
ExcluirNao entendi nada . . . (Acho que nem ele)
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