terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O AMARGO DA CANA-DE-AÇÚCAR

 

DIA DOS CORTADORES DE CANA-DE-AÇÚCAR


O padre Antônio Vieira, no século XVII, escreveu sobre os engenhos de açúcar: "Quem via na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas, perpetuamente ardentes (...) o ruído das rodas, da gente toda de cor da mesma noite, e gemendo tudo, sem trégua e descanso (...) toda máquina e aparato confuso e estrondoso daquela Babilônia não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança do inferno."
Quatro séculos depois quase nada mudou. A gente da cor da noite continua predominando nos canaviais; a escravidão faz com que os cortadores de cana acordem às 4 horas da manhã e com sua marmita na mão utilizem um transporte precário para percorrer quase 100 km até chegar nas lavouras. Os Andorinhas, que são os trabalhadores vindos de outros estados têm pior sorte, pois o dinheiro que conseguem juntar mal dá para pagar as despesas dos alojamentos. Trabalhando de sol a sol ainda enfrentam a ameaça da máquina de cortar cana que faz o serviço de 80 homens. Enquanto esses pobres homens voltam das lavouras prostrados e moídos como a própria cana, as destilarias vivem seus melhores momentos, aumentando sua área de cultivo e ampliando sua produção.
Alguém tem o que comemorar nesse dia 16 de janeiro?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

SUGESTÃO DE LEITURA 1

              JOGO DE DAMAS  - David Coimbra

         É uma leitura agradável que nos remete  à origem do homem e traz conhecimentos históricos bastante relevantes. O autor faz um passeio pela história da humanidade e afirma que a mulher foi a responsável pela criação da Civilização e que, a partir de sua submissão e postura doméstica conseguiu dominar o homem. "Ela não sonha, ela mantém os olhos bem abertos. Ela não acredita, como o homem, que pode viver um grande amor a cada sexta-feira, que enfeitiçará eternamente o sexo oposto, que ainda alcançará a fama, a fortuna, o sucesso, o poder."  David mistura uma linguagem popular, até usa alguns clichês bem pontuados, com a erudição para mostrar situações curiosas da vida das mais célebres mulheres da Grécia Antiga ao século xx.  O autor fala de Aspásia, a ex-cortesã e grande paixão de Péricles, o homem que tornou Atenas o centro do mundo; da relação sentimental frustrada de Nietzsche com a esplendorosa russa, Lou Salomé. Na opinião de Coimbra, Nietzsche cometeu um erro gravíssimo nessa relação: pediu Salomé em casamento, justamente a mulher que fez o mundo tremer na sua época. Nesse momento, com muito bom  humor o autor cita os gregos, os atenienses, sobretudo: "Eles sabiam disso! Sabiam que um homem, para alcançar o zênite no pensamento político, na filosofia, no teatro, nas artes e na música, não pode se dedicar com intensidade à mulher. Ninguém pode ter dois senhores, ensinou Jesus..."
         Com essa leitura é possível conhecer as façanhas de Cleópatra, a rainha que fez César lamber os saltos de sua sandália e também dominou os dois homens mais poderosos da época, Marco Antônio e Octávio. David Coimbra conta também sobre a maior devassa da história, Messalina, mulher do imperador romano Cláudio; sobre a perigosa e lindíssima italiana Lucrécia Borgia; sobre a audaciosa Mata Hari entre outras mulheres sedutoras que marcaram a história e o coração dos homens.

L&PM pocket - 2011





domingo, 13 de janeiro de 2013

LENDO SEMPRE

 




            As palavras sempre exerceram um verdadeiro fascínio sobre mim. A escolha e a combinação delas vai resultar em um texto menos ou mais expressivo, e este perde a autoria no exato momento que cai nas nossas mãos, os leitores. O texto se assemelha a uma alma que reencarna em corpos variados.
          Tornei-me uma leitora voraz desde Branca de Neve, As mil e uma noites, Madame Bovary, Metamorfose, A hora da estrela....Fui abduzida pela leitura e admiro demais  as pessoas que têm o poder de brincar com as palavras. 
          Este espaço foi criado para comentar e indicar livros e também para publicar textos meus que são produzidos a partir de fatos que me causem indignação, encantamento ou fragilidade.